A HISTÓRIA
FESTIVAL INTERNACIONAL DOS AÇORES

Nascido na plenitude do Oceano Atlântico, o arquipélago açoreano apresenta-se como porto seguro a todos os que cruzam as águas e céus que separam os continentes europeu e americano.

O período que se seguiu à 2ª Guerra Mundial foi particularmente movimentado para as ilhas que, como escalas de voos transatlânticos, recebiam os viajantes que se descolavam de e para Nova York. Movimentos pendulares que, invariavelmente, trouxeram a algumas cidades insulares a presença de reconhecidos músicos internacionais que imprimiram um particular dinamismo ao ambiente cultural aos Açores.

Uma vida cultural que nem a instabilidade tectónica açoreana pode travar. Após o grande terramoto de 1980 que quase destrói a cidade de Angra de Heroísmo, Jorge Forjaz, então diretor da Direção Regional de Ação Cultural dos Açores, concentra esforços no reconhecimento da importância cultural e histórica da ilha e da cidade que se torna Património UNESCO da Humanidade três anos depois.

Em 1984 cria o Festival Internacional dos Açores na ilha de S.Miguel alimentando a onda de dinamização cultural e patrimonial insular, trazendo ao Faial a soprano Teresa Berganza, à qual se seguiram alguns dos maiores nomes da música: Alicia de Larrocha, Moura Lympany, Ileana Cotrubas, Lella Cuberli, Sandor Végh, Ingrid Haebler, António Meneses, Maurice Bourg, entre outros, que até 2002 visitaram o arquipélago, trazendo a sua Arte.


A origem do festival

"O convite feito por Giancarlo Menotti para que o então Director Regional de Cultura, Jorge Forjaz, fosse ao seu famoso "Festival de Spoleto" está na origem do FIMM.
Regressado de Itália o Jorge, meu amigo e colega de Faculdade, telefonou-me entusiasmado manifestando o seu desejo de realizar um Festival de Música nos Açores.
A coincidência de um sobrinho de Benjamin Britten, Allan Britten, ser à época C.E.O. de um importante petrolifera com interesses nas Ilhas, a Mobil Oil, facilitou financeiramente a iniciativa que se estreou em 1984 logo com uma enorme estrela mundial, Teresa Berganza, que realizou um memorável recital no Teatro Michaelense.
E nos anos que se seguiram, Alicia de Larrocha, Dame Moura Lympany, Ileana Cotrubas, Lella Cuberli, Sandor Végh, Desjo Ranki, Mellos Quartet, orquestras de Salzburg, de Viena, de Boston, para só citar alguns nomes, levaram até 2002 música da mais alta qualidade às mais importantes ilha.
Nesse ano fui convidado para as funções de Conselheiro Cultural no Brasil, o que acarretou a interrupção desta aventura!
Regressado a Portugal encontrei no Tiago Nunes e na CulturXis quem estivesse disponivel para um novo folego nesta segunda vida do Festival Internacional dos Açores, que aqui está num novo formato e refrescado de ideias, garantindo que esta iniciativa se mantém viva para bem servir as populações açoreanas"

Adriano Jordão