REVISITANTO O BARROCO GERMÂNICO 

António Carrilho (flautas) & Gustaaf Robert van Manen (cravo)

16 SETEMBRO 2023 / ILHA TERCEIRA
21:30 — IGREJA DE NOSSA SENHORA DA GUIA - MUSEU DE ANGRA DO HEROÍSMO

O barroco germânico, no seu máximo esplendor, é representado neste recital pelo génio incontornável de J. S. Bach, representado na obra central do programa. Compositor com uma prolifera produção, é o professor de compositores que representam o estilo Galante, nomeadamente o seu segundo filho, C. P. E. Bach que, por sua vez é afilhado de G. Ph. Telemann a quem sucede em 1768 na posição de Kantor em Hamburgo. Revolucionário na utilização de novas harmonias e brilhante orquestrador. C. P. E escreve concertos, sinfonias, música de câmara e oratórias e paixões. Bach pai ensina ainda J. Ph. Kirnberger, compositor menos conhecido na história, mas com uma carreira brilhante enquanto teórico, tendo contribuído para preservar e difundir a obra do seu Mestre J. S. Bach que, apenas postumamente, é-lhe reconhecido o devido mérito enquanto compositor absoluto.

Irão ainda ser escutadas obras de G. Ph. Telemann, talvez o compositor que mais obras escreveu para a flauta de bisel enquanto instrumento solista. Compõe nos estilos germânico, italiano, francês e absorve ainda os estilos polaco e inglês nas suas obras. As suas inúmeras publicações valeram-lhe reconhecimento entre músicos profissionais e amadores.

De G. F. Händel será escutada uma sonata originalmente escrita para a flauta de bisel, accomodato a uma flauta mais grave para este recital, tem uma brilhante carreira enquanto músico e compositor. Recebeu influências de A. Corelli, Alessandro e Domenico Scarlatti aquando da sua estadia em Itália entre 1706-10. Tendo vivido entre Hamburgo e Londres durante algum tempo, muda-se definitivamente para Inglaterra e, em 1727 torna-se súbdito britânico. A vastíssima obra do compositor nas mais diversas formas é um marco na história da música.


PROGRAMA

G. P. Telemann (1681-1767)
Sonata em Si bemol Maior, TWV 42: B4
1. Dolce
2. Vivace 3. Siciliana 4. Vivace

J. S. Bach (1685-1750)
Sonata em Lá Maior, BwV 1032
1. Vivace
2. Largo e dolce 3. Allegro

G. F. Händel (1685-1759)
Sonata em Fá Maior, HWV 369 *
1. Larghetto
2. Allegro
3. Siciliana
4. Allegro

C. P. E. Bach (1714-1788)
Sonata em Mi menor, H 551 - Wq 124 *
1. Adagio
2. Allegro
3. Menuet con variazioni

J. Ph. Kirnberger (1721-1783)
Sonata em Sol Maior
1. Adagio
2. Allegro
3. Menuet - Doble 1, 2, 3 e 4

* Transcrições de António Carrilho


António Carrilho

Concertista, criador conceptual de conteúdos, professor de Masterclass e director artístico e musical, António Carrilho divide a sua actividade musical entre a flauta de bisel e a direcção. Foi solista com as orquestras Gulbenkian, Sinfónica Portuguesa, Metropolitana de Lisboa, Orchestrutopica, Den Norsk Katedralenensemblet (Noruega), Sinfonietta de Lisboa, Divino Sospiro, Músicos do Tejo, Orquestra Barroca de Haifa (Israel), La Nave Va, Orquestra Barroca de Nagoya (Japão), La Paix du Parnasse (Espanha), OCCO, Concerto Balabile (Holanda), Orquestra Barroca do Amazonas (Brasil).

Foi premiado nos Concursos Internacionais Recorder Moeck Solo Competition (Inglaterra) e Recorder Solo Competiton of Haifa (Israel).
É director artístico e musical de La Nave Va, director musical de La Paix du Parnasse (Espanha), e faz parte dos agrupamentos Syrinx : XXII, Syrinxello, Borealis Ensemble, Orlando Furioso, e director musical convidado de Melleo Harmonia Antigua. Apresentando-se em importantes festivais na Europa, América, Oceânia e Ásia.

Gravou para as etiquetas: Encherialis; Numérica; Naxos; Secretaria de Estado de Cultura do Estado do Amazonas; DGartes/ MPMP; portugaler; dialogos; Arte France/ RTP. Destacam-se as gravações do concerto para flauta e orquestra de Nuno da Rocha, a gravação da Suite concertante para flauta e cordas de Sérgio Azevedo, assim como a gravação da obra integral de Bartolomeu de Selma y Salaverde com o agrupamento japonês Antonello. Gravou para a mpmp com a orquestra Divino Sospiro a gravação do concerto para flauta e orquestra de Nuno da Rocha. Vai lançar com Syrinx: XXII um cd na estiqueta francesa Musik Fabrik e, a solo, Bach semper Bach na etiqueta Codax, um projecto apoiado pela GDA (apoio à Edição Fonográfica de intérprete.

Dirigiu a estreia de “Cortes de Júpiter” com texto de Gil Vicente e música de Filipe Raposo, em pareceria com o Laboratório de Ópera Portuguesa e criado pelo Centro Cultural de Belém em parceria com o CESEM e a APARM. Dirigiu, do repertório de ópera barroca, Dido and Aeneas e The Fairy Queen de Purcell, La descente d’Órphée aux enfers de Charpentier, La Serva Padrona de Pergolesi, La Dirindina de Scarlatti, Don Quichotte chez la Duchesse de Boismortier, Orfeo de Monteverdi, Venus and Adonis de Blow, Arlechinatta de Salieri, Orfeo ed Euridice de Gluck, cantatas de Bach e Telemann, assim como os Stabat Mater e Salve Regina de Pergolesi e Stabat Mater de Boccherini.

Ministra masterclass em Portugal, Austrália, Holanda, Espanha, Alemanha, Itália, Índia, Japão e Brasil. É Professor na Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco e no Conservatório Nacional. Tem arranjos editados na AvA Musical Editions.

https://egideartes.pt/artistas/antoniocarrilho/

Gustaaf van Manen

Gustaaf van Manen nasceu nos Países Baixos em 1946. Estudou musicologia na Universidade de Amsterdão onde tirou o seu Doutoramento e no Conservatório Superior desta mesma cidade, licenciando-se em Ciências de Pedagogia da Música e Piano em 1969. Tirou o curso de bibliotecário (especialização na área da música) na Universidade de Utrecht e trabalhou de 1972-1980 em Alemanha (Berlim e Frankfurt (CEO da divisão CBS-Musicpublishing). 

 Em 1980 radicou-se nos Açores, tendo sido professor convidado de piano e órgão do Conservatório Regional de Ponta Delgada onde fundou o coro (?).  

A partir de 1983 integra a equipa docente do Conservatório Regional de Angra do Heroísmo, lecionando as disciplinas de piano, órgão, técnicas de composição, história da música, acústica e repertório. Foi eleito Presidente desta instituição em 1999, cargo que ocupou até 2004, data da sua reforma.  

De 1985 a 1998 lecionou a disciplina de pedagogia da música no curso de professores do ensino básico e de educadores de infância na Universidade dos Açores . 

A partir de 2016 tornou-se organista residente do Museu de Angra do Heroísmo onde realiza cada domingo concertos de órgão , “Domingos com Música”. 

Realizou centenas de concertos nos Açores, Continente Europa e Venezuela como pianista, cravista e organista e com muitos artistas entre outros Luísa Alcobia, Eulália Mendes, José Oliveira Lopes, Mário Anacleto, Rodrigo Lima, Grygory e Orest Grytsyuk, Luísa Vilarinho e foi pianista convidado  para acompanhar a Master Class de Ileana Cotrubas no 10º Festival Internacional de Música dos Açores em 1993.